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O IMPREVISÍVEL
Vai que o velho, de repente, fique novo
e que o ovo venha mesmo antes do pinto?
Vai que o tempo não pareça um inimigo
e que eu possa falar sempre
o que é que eu sinto?
Vai que o novo se pareça como o antigo
e que o povo reconquiste o seu espaço?
Vai que toda idéia nova fique velha
pro que eu penso, pro que eu vejo,
pro que eu faço?
Eu espero que você jamais espere
Eu desejo que você só se prepare
Eu não quero que você se desespere
Eu tolero tudo menos o que pare!
Vai que o morto se levante de repente
e que o velho ódio nunca mais descanse?
Vai que todo amor que exista nesse mundo
pra esse mundo já não seja
o bastante?
Vai que nasça uma esperança abortada
e que o imprevisível seja previsível?
Vai que agora tudo seja diferente
preto, branco, rosa-chá e o invisível...?
Vai que tudo vire blues e rock and roll
e que o som do meu silêncio seja surdo?
Vai que a vida não explique mais o sério
e nem tente compreender o absurdo?
Vai que a roça vire uma cidade grande
e que a grande coisa seja ser pequeno?
Vai que o amargo vire doce num instante
e que o único doce seja um veneno?
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