sábado, 26 de janeiro de 2008


Por conta de uma pedra em meu rim esquerdo fui obrigado
a ausentar-me deste Blog por um tempo. No hospital,
revoltado com o que o destino me reservara, escrevi
este poema inspirado nas bizarrices que ilustravam minhas
primeiras leituras ainda quando adolescente - os sonetos
de Augusto dos Anjos...





internet Arte LL

A MALDIÇÃO DA PEDRA

No meio do meu rim tinha uma pedra.
Tinha uma pedra no meio do meu rim.
E pra quem acha que isso não é tão ruim
fica no ar um verso e a rima que medra.

Dor estúpida, intraduzível e insuportável,
recaia sobre meus desafetos em maldição
devorando e consumindo em constipação
o âmago amargo de sua índole abominável!

Que os buscopans ou profenids fracassem
diante das dores como as de um parto sem feto.
Como se os males nunca mais se acabassem...

Que o desespero imposicionável do corpo
encontre um infinito sem-descanso e sem-sossego
em todas as cólicas para desejar-se morto!


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