quarta-feira, 14 de maio de 2008


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EU, MEU POVO E A MINHA LIBERDADE

Meu povo sabe muito bem o que é a liberdade.
Sabe porque perdeu-a por inúmeras vezes
sem que o mundo demonstrasse humanidade.
Sem que houvesse compaixão nem piedade...

Levantamos pirâmides com sangue, suor e ossos
e até hoje admira-se o que matou tantos dos nossos.
Atravessamos desertos, cruzamos continentes.
mas para muitos seremos nada além de sobreviventes.
Parimos gênios nas artes, nas ciências,
Einsteins, Sabins, Freuds, Kafkas, Chaplins, Spielbergs...
Mas poucos sabem de onde vem toda essa gente...
Como a sua arte, o seu conhecimento,
deram liberdade de expressão
e de emoção a um mundo inteiro!

Com ou sem a liberdade física conseguimos
tornar latente a liberdade da mente!
Pela educação. Pela tradição.
Aprendemos que a verdadeira liberdade
vive mesmo dentro do nosso coração.

A liberdade dos negros não é negra.
A dos índios não é vermelha...
A dos judeus, dos palestinos,
dos monges do Tibet,
e dos povos e mais povos
tem a cor do seu juízo!
É prejuízo dar nome e sobrenome à liberdade.
Ninguém ganha com isso além de sua própria falta.
A liberdade sequer existe em plenitude
porque só a sentimos quando a perdemos.
Só a aproveitamos quando a conquistamos.
Só a saboreamos quando a comemos!

À liberdade se constrói estátuas, praças...
Faz-se versos, poema, canção...
Mas quem seria capaz de defendê-la
sem tê-la como seu maior bastião?
Sem sentí-la pulsar em tentação?
Sem cogitar pensamentos perversos!
Sem desejar que a sua liberdade seja
maior que a de uma nação?

Todos querem
a liberdade libertada da eterna vigilância...
Paga-se um preço!
Melhor seria a escravidão e a chicotada
que o indulto ou o insulto que não mereço.

A liberdade da princesa Isabel não interessa!
A dos colonizadores, dos exploradores,
dos defensores da moral e dos bons costumes
pra mim não presta!
A liberdade do que mata, do que rouba,
do que estupra é liberdade sem festa!
A liberdade incondicional...
esta também é funesta!

Meu povo,
que também é o teu povo
e povo de algum lugar nenhum,
saberá que para sempre haverá
um sonho pra se sonhar,
a verdade para se falar,
e a liberdade para se libertar!
Feito em 13 de maio de 2008 por ocasião do Corujão da Poesia temático
sobre a Liberdade, a Abolição, etc...
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